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Entrevista | Cobalchini defende candidatura de Celso Maldaner ao Governo do Estado

Por: Marcos Schettini
07/07/2021 17:46 - Atualizado em 07/07/2021 18:00
Solon Soares/Agência AL

Líder da bancada do MDB na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Valdir Cobalchini tem obtido respaldo político ao votar favoravelmente a Carlos Moisés para sacramentar o processo de impeachment em maio. De lá para cá, próximo ao Governo do Estado, o parlamentar de Caçador construiu uma relação que ele define como “governabilidade” em prol dos catarinenses.

Mais votado do MDB na Alesc nos últimos três pleitos, o pai do vereador João Cobalchini trabalha para ir a Brasília em 2022. Com longa experiência no Legislativo de Santa Catarina, Valdir Cobalchini concedeu entrevista ao jornalista Marcos Schettini e afirmou que mantém o projeto de disputar a eleição para deputado federal no ano que vem.

Próximo da família Maldaner, Cobalchini saiu em defesa de Celso ao Governo do Estado, apontando todos os predicados que lhe conferem estatura política para buscar o cargo de governador. Na exclusiva, falou do embate interno na sigla ulyssista para referendar a cabeça de chapa e citou a senadora Simone Tebet como possível nome do MDB para disputar o Palácio do Planalto. Confira:


Marcos Schettini: Por que o MDB está vivendo mais desafios internos do que a política fora do partido?

Valdir Cobalchini: Não penso assim. Penso que o MDB está expressando toda sua pujança partidária. Somos a maior agremiação do Estado. Em um partido tão grande, com diretórios em todos os municípios catarinenses, presente em todas as regiões, é natural que as divergências de opiniões se manifestem. Mas isso não chega a ser um problema, já que existem várias instâncias para resolver estas divergências de maneira democrática, seja o Diretório, a Executiva ou mesmo a Convenção Partidária.


Schettini: As prévias foram sufocadas por quais motivos além da chamada pandemia?

Cobalchini: As prévias não foram sufocadas. Apenas entendemos por bem, dados os indícios claros de que vivemos uma terceira onda da pandemia, adiá-las para um momento mais oportuno. Além disso, tanto na bancada quanto em expressivos setores partidários existe a sensação de que está cedo demais para tomarmos uma decisão tão importante quanto a escolha de nosso candidato ao Governo do Estado.


Schettini: É correto afirmar que o MDB vai sair rachado em 2022?

Cobalchini: De maneira alguma. Não é a primeira e nem será a última vez que vários companheiros se apresentam para a disputa de um determinado cargo. E isso vem desde as bases, em eleições municipais em que mais de um companheiro deseja disputar uma Prefeitura. E basta olhar para nossa história recente: Luiz Henrique, o maior líder que o MDB já teve em Santa Catarina, teve de disputar a convenção em 2010 para ser escolhido nosso candidato a senador. Podemos ir ainda mais longe: Pedro Ivo, Casildo Maldaner, Paulo Afonso e Eduardo Moreira, nossos quatro governadores, assim como Luiz Henrique, também tiveram, em algum momento, que participar de disputas internas para convalidar suas candidaturas. Esta é a natureza do MDB, um partido que nunca teve e nem terá dono.


Schettini: Quais as possibilidades de o governador Carlos Moisés ir para o MDB?

Cobalchini: Esse é um assunto que não foi tratado pelo partido em nenhuma de suas instâncias. O que não significa que não venha a ser abordado em algum momento. Quando e se isso ocorrer, então avaliaremos esta possibilidade da maneira mais serena o possível.

Schettini: Toda a bancada que o Sr. lidera na Alesc, é pró Carlos Moisés. Isso quer dizer que é um movimento pela reeleição?

Cobalchini: Não. Sinaliza apenas que o MDB, assim como outros partidos com representação na Assembleia Legislativa, entendeu por bem realizar um movimento em favor da governabilidade. Não é segredo para ninguém as imensas crises que o Estado teve de enfrentar nos dois primeiros anos da atual gestão. E isso foi fruto tanto da inexperiência quanto da ausência de lastro político. As forças responsáveis de nosso Estado, e isso num movimento que foi da esquerda à direita, entenderam que quem mais estava sendo prejudicado com estas crises eram os catarinenses. Não podemos apostar no “quanto pior, melhor”. Nosso apoio ao Governo e ao governador se resume a isto: governabilidade.


Schettini: E se o governador buscar a reeleição? A bancada do MDB vai romper com Carlos Moisés?

Cobalchini: Essa é uma decisão que será debatida quando e se isso vier a ocorrer. No momento temos uma pauta legislativa importante para avaliar, com a Reforma da Previdência pela frente. Para além disso, considero a palavra “ruptura” muito forte. É certo que o projeto político da bancada na Assembleia é o mesmo do partido. Sendo assim, quando definirmos nossa candidatura, se for o caso, poderemos deixar os cargos no Governo. Ainda neste caso, seguiremos apoiando e votando favoráveis às pautas que forem do interesse maior de Santa Catarina.


Schettini: Qual é a saída natural entre Dário Berger, Antídio Lunelli e Celso Maldaner?

Cobalchini: Eu acredito numa solução de consenso que una todo o partido. Avalio os três como grandes nomes, com trajetórias de respeito e capacidade para governar Santa Catarina. Agora, caso a prévia venha a ser mantida, por uma questão pessoal, pela relação familiar que construí ao longo dos anos, em especial com o eterno Casildo Maldaner e também pela questão da representação regional, meu voto será do deputado federal e presidente do nosso partido, Celso Maldaner.

Schettini: O Sr. questionou muito o papel da Celesc no apagão da região de Caçador. Quem são os culpados e oportunistas nesta história?

Cobalchini: Entendo que o que havia a ser dito sobre este momento tão difícil que enfrentamos eu já falei publicamente, inclusive fazendo uso da tribuna da Assembleia. Agora estou focado em encontrar uma solução definitiva, que impeça que isso torne a ocorrer. E esta solução está sendo construída inclusive com a Celesc. De minha parte, inclusive, solicitei que seja realizado um estudo para avaliarmos se não existem outras regiões do Estado correndo o mesmo risco que a região Meio-Oeste, ficando refém de apenas uma ligação de linha de energia.


Schettini: Qual é a recepção da caravana dos ulyssistas no que tem se chamado “MDB perto das bases”?

Cobalchini: A melhor possível, em todas as regiões do Estado. E, para mim, tem um fator afetivo grande, já que me recordo de outra versão deste mesmo projeto, a Caravana Pela Unidade, que realizamos entre 1999 e 2002, após a traumática derrota do então governador Paulo Afonso na busca da reeleição. O trabalho foi extremamente bem-sucedido. Colhemos vitórias expressivas nas eleições de 2000, tendo a reeleição de Luiz Henrique como prefeito de Joinville como destaque. E, finalmente, voltamos ao Governo do Estado vencendo o pleito em 2002. O MDB sempre atuou assim: não somos um partido que existe apenas em período eleitoral. Se agora diminuímos o ritmo devido à pandemia, é da nossa natureza estar sempre buscando a proximidade com as bases. São assim nossos deputados, senadores ou prefeitos. Não à toa, temos a maior bancada de deputados estaduais, o maior número de prefeitos e de vereadores de toda a Santa Catarina.


Schettini: Por que o Sr. vai disputar a deputado federal?

Cobalchini: É o caminho natural de uma longa trajetória política. Em 2010, 2014 e 2018, fui o deputado estadual mais votado do MDB, o maior partido de Santa Catarina. Minha natureza é inquieta: gosto de procurar novos desafios, de crescer, de buscar, ir além. Esta é uma candidatura que inclusive poderia ter ocorrido antes, mas que teve de esperar por questões envolvendo a geografia eleitoral. Agora, nossa região tem demandado por esta representação em nível federal e sinto este desejo de que eu busque o mandato em Brasília até mesmo no contato com meus eleitores. Então, chegou a hora de dar este passo adiante.

Schettini: O que está acontecendo com o Brasil. Extremos ou uma terceira via? Qual seria o nome?

Cobalchini: O MDB sempre se apresentou como um partido de centro, da moderação, do diálogo e da democracia. Entendo que o que o cidadão comum mais quer é solução concreta para seus problemas: comida na mesa dos que mais precisam, vacina no braço, educação de qualidade para as crianças, menos burocracia e entraves para o desenvolvimento de novos negócios, um agronegócio forte e uma agricultura familiar pujante. Neste sentido, entendo que a senadora Simone Tebet poderia se apresentar como um nome alternativo. Ela tem uma formação acadêmica sólida e uma trajetória política invejável. Nunca se envolveu em escândalos e, pelo contrário, sempre apresentou resultados positivos para seu Estado, o Mato Grosso do Sul. Mesmo agora na CPI do Senado, que muitos apontam uma atuação “circense” de alguns membros, ela se mantém firme, primando pela atuação técnica e serena na condução dos trabalhos. Acho que poderia ser uma grata surpresa no pleito do próximo ano. Mas para isso, é claro, ela precisa se colocar como pré-candidata e trabalhar nesse sentido.


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